Uma crise global na educação sem precedentes
O mundo vive actualmente uma crise global na educação que não tem precedentes, que foi fortemente agravada pelo encerramento das escolas durante a pandemia de COVID-19.
A simples reabertura das escolas não será suficiente para mitigar os efeitos desta crise na educação, que coloca o futuro das crianças em risco. O aumento da desigualdade social registado afecta sobretudo as crianças de famílias com rendimentos mais baixos e os grupos mais vulneráveis a sofrem as maiores perdas de aprendizagem. Os factos não deixam margem para dúvidas de que é necessária acção urgente porque:
- Globalmente, 244 milhões de crianças não regressaram à escola neste ano lectivo.
- 70% crianças com 10 anos nos países de menor rendimento não adquiriram nos últimos anos, as competências necessárias para lerem e compreenderem.
- As crianças que não regressaram à escola correm maior risco de casarem na infância. Estima-se que cerca de 110 milhões de raparigas, como a Olívia, venham a casar na infância antes de 2030, numa tentativa de reduzir as despesas familiares.
- O número de crianças envolvidas em trabalho infantil disparou para os 160 milhões devido à pandemia. Valentinne é uma das crianças que começou a trabalhar durante os confinamentos e encerramentos das escolas, para compensar a perda de rendimentos da família.
- A violência contra crianças assume várias facetas e crianças como o Mohery ficaram isoladas e mais expostas à violência, em casa ou online.
Só a escola pode permitir a estas crianças voltarem a sonhar, a rir e a aprender! É necessário implementar medidas de recuperação e evitar que as perdas na aprendizagem o aumento das lacunas quando as crianças regressarem à escola.